Projeção do IEMB-Acirp estima abertura de 32.149 postos de trabalho de abril a junho ante 28.008 no mesmo período de 2023
Ribeirão Preto deve ter um crescimento de 15% nas vagas de emprego no segundo trimestre de 2024 com relação ao mesmo período do ano anterior. A projeção, feita pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB) da Associação Comercial e Industrial (Acirp) com base dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), aponta a abertura de 32.149 postos de trabalho entre os meses de abril e junho.
Em 2023, na mesma data, foram criados 28.008 novas vagas. No que se refere a demissões, o levantamento estima o desligamento de 27.930 trabalhadores, volume também superior ao do ano passado em 5,75%.
“Em termos líquidos, espera-se que o mercado de trabalho de Ribeirão gere 4.219 vagas nesse período, um crescimento de 163% e 5,6% em comparação à mesma época de 2023 e ao 1º trimestre de 2024, respectivamente”, afirma Lucas Ribeiro, analista do IEMB-Acirp.
Sobre as vagas temporárias, o estudo mostra uma contração, projetando que 1.252 novas vagas sejam criadas ante o encerramento de 1.470 contratos. Isso significa 218 trabalhadores a menos, enquanto o saldo de vagas temporárias no mesmo período do ano passado ficou positivo em 137 contratos.
Para os pesquisadores, os dados indicam uma diluição do choque da pandemia de COVID-19. “O mercado de trabalho definitivo tem crescido de forma mais acelerada que o temporário, o que sugere uma melhora na qualidade das relações de trabalho. No entanto, o aumento de vagas no primeiro mercado não significa necessariamente melhoria na qualidade da mão de obra contratada”, diz o analista.
Uma das preocupações dos especialistas é que a baixa produtividade (devido a condições sistêmicas) não garanta para a cidade um crescimento econômico sustentável a longo prazo, repetindo o panorama constatado também no cenário nacional e que tem sido debatido pelo Banco Central.
“Crescimento econômico a longo prazo está associado a fatores como investimento em capital humano e capital físico. Em Ribeirão, verifica-se uma queda na qualidade da mão de obra, indicada pela redução no salário médio, de modo que, somado aos índices preocupantes de inadimplência, cria-se um cenário árido para o crescimento econômico de longo prazo”, avalia Ribeiro.
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